terça-feira, 6 de setembro de 2011
A Formiga
E dizer-se que não tens nervos, ó nervosa
ó vibrátil, sutil, minúscula formiga!
Dizer que não tens alma! E haverá quem o diga,
se o teu exemplo toda gente o imita e glosa?!
Tão pequenina és tu, e, astuta e laboriosa,
arrastas uma folha — e a arrastada te abriga...
E o requinte que pões em roer o grão de espiga?
E a perícia em bordar as pétalas da rosa?
Passas, eu me pergunto onde o melhor motivo:
se — Atlas — erguer nas mãos e nos ombros a Esfera,
se — formiga — arrastar um ramo nutritivo;
Ou — sonhador que a própria angústia retempera —
dia e noite viver, qual dia e noite vivo,
ao peso imaterial de uma triste quimera...
Hermes Fontes
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