domingo, 28 de junho de 2009
As formigas
Cautelosas e prudentes,
O caminho atravessando,
As formigas diligentes
Vão andando, vão andando…
Marcham em filas cerradas;
Não se separam; espiam
De um lado e de outro, assustadas,
E das pedras se desviam.
Entre os calhaus vão abrindo
Caminho estreito e seguro,
Aqui, ladeiras subindo,
Acolá, galgando um muro.
Esta carrega a migalha;
Outra, com passo discreto,
Leva um pedaço de palha;
Outra, uma pata de inseto.
Carrega cada formiga
Aquilo que achou na estrada;
E nenhuma se fatiga,
Nenhuma para cansada.
Vede! enquanto negligentes
Estão as cigarras cantando,
Vão as formigas prudentes
Trabalhando e armazenando.
Também quando chega o frio,
E todo o fruto consome,
A formiga, que no estio
Trabalha, não sofre fome…
Recorde-vos todo o dia
Das lições da Natureza:
O trabalho e a economia
São as bases da riqueza
Cautelosas e prudentes,
O caminho atravessando,
As formigas diligentes
Vão andando, vão andando…
Marcham em filas cerradas;
Não se separam; espiam
De um lado e de outro, assustadas,
E das pedras se desviam.
Entre os calhaus vão abrindo
Caminho estreito e seguro,
Aqui, ladeiras subindo,
Acolá, galgando um muro.
Esta carrega a migalha;
Outra, com passo discreto,
Leva um pedaço de palha;
Outra, uma pata de inseto.
Carrega cada formiga
Aquilo que achou na estrada;
E nenhuma se fatiga,
Nenhuma para cansada.
Vede! enquanto negligentes
Estão as cigarras cantando,
Vão as formigas prudentes
Trabalhando e armazenando.
Também quando chega o frio,
E todo o fruto consome,
A formiga, que no estio
Trabalha, não sofre fome…
Recorde-vos todo o dia
Das lições da Natureza:
O trabalho e a economia
São as bases da riqueza.
Olavo Bilac
As formigas
Trabalham, trabalham as formigas.
Não sabem de Marx e da mais-valia.
Trabalham apenas por que a Natureza precisa ser construída.
E nesse labutar incessante, justificam a necessidade da vida.
Não precisam se preocupar com a camada de ozônio, o que prova que o trabalho não precisa ser destrutivo.
Não se preocupam com as Bolsas de Valores, o que prova que o trabalho não precisa gerar lucros.
Não se preocupam com a especulação imobiliária, o que mostra que o trabalho pode ser solidário e ter um sentimento coletivo.
São uma comunistas, essas formigas!
Don Regueira de La Mancha
O HOMEM MORDIDO POR UMA FORMIGA E HERMES
Diante de um navio que naufragava com os passageiros, um homem se pôs a falar sobre a injustiça dos deuses; por causa de um que os tinha ofendido, estavam pagando os inocentes. Enquanto falava, foi mordido por uma formiga - havia muitas onde ele se encontrava. Apesar de só uma havê-lo mordido, ele matou todas. Hermes então tomou a palavra:
- Tu, que te vingas assim de uma formiga, não admites que os deuses ajam à tua maneira?
Diante da desgraça, não blasfeme contra os deuses: examina antes teus próprios erros.
(Autor: Esopo)
sexta-feira, 5 de junho de 2009
A formiga e a pomba
Uma formiga sedenta veio à margem do rio para beber água.
Para alcançá-la, devia descer por uma folha de grama. Quando assim fazia, escorregou e caiu dentro da correnteza.
Uma pomba, pousada numa árvore próxima, viu a formiga em perigo.
Rapidamente, arrancou uma folha da árvore e deixou-a cair no rio, perto da formiga, que pode subir nela e flutuar até a margem.
Logo que alcançou a terra, a formiga viu um caçador de pássaros, que se escondia atrás duma árvore, com uma rede nas mãos.
Vendo que a pomba corria perigo, correu até o caçador e mordeu-lhe o calcanhar. A dor fez o caçador largar a rede e a pomba fugiu para um ramo mais alto.
De lá, ela arrulhou para a formiga:
- Obrigada, querida amiga.
"Uma boa ação se paga com outra."
Esopo
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